Secretário de Goiás pôs sistema prisional à disposição de Cachoeira
Citado em conversas telefônicas entre integrantes do grupo de Carlinhos Cachoeira, o presidente da Agência Goiana do Sistema de Execução Penal (AGSEP), Edemundo Dias de Oliveira Filho, ligou para o juiz que decretou a última prisão preventiva do bicheiro e pôs o sistema prisional em Goiás à disposição para receber o réu. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Alderico Rocha Santos, responsável pelo processo na Justiça Federal em Goiás, no último dia 7. Edemundo, que é delegado aposentado da Polícia Civil, antecipou-se ao magistrado e fez a ligação para dizer que “havia condições” para Cachoeira permanecer no estado, como confirmou ao GLOBO.

O delegado integra o primeiro escalão do governador Marconi Perillo e é tesoureiro do PSDB em Goiás. Perillo é investigado em processo no Superior Tribunal de Justiça (STJ) por supostas ligações com Cachoeira.

Na primeira vez em que foi preso preventivamente, no dia da deflagração da Operação Monte Carlo, o bicheiro foi levado para o presídio federal de segurança máxima em Mossoró (RN). Depois, obteve no Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região autorização para ser transferido ao Presídio da Papuda, em Brasília. Cachoeira ficou quase nove meses detido, sempre fora do sistema prisional em Goiás. A principal acusação contra o bicheiro, que resultou numa condenação de quase 40 anos de prisão, é de corrupção de agentes de segurança pública. Em função dessa influência em órgãos locais de segurança, ele foi mantido fora do estado no primeiro mandado de prisão preventiva.

Quando a Justiça decreta uma prisão, não é comum o estado oferecer uma vaga no sistema prisional. O usual é o juiz consultar a administração carcerária sobre a disponibilidade de vagas. Edemundo nega ter ofertado a vaga. O que fez, segundo ele, foi “ligar para dizer que havia condições de custodiar” o bicheiro.

— Liguei porque já era tarde, fim de semana e precisava saber se ele ia ficar ou não (em Goiás). Disse ao juiz que havia recebido a informação de que o réu poderia ficar aqui — disse Edemundo


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